A Memória
Memória é o nome dado ao conjunto de processos e estruturas que codificam, armazenam e recuperam informações sensoriais, experiências. Desta forma, a memória é a capacidade do cerebro armazenar, reter e recordar a informação.
É a nossa memória que retém conhecimentos, informações, ideias, acontecimentos, encontros, o que nos torna unicos e constitui o nosso património e identidade pessoal. Para além disso, é a memória que nos permite, sempre que precisamos, atualizar a informação necessária para dar resposta ao desafios do meio. Aprendemos então a lidar com o meio e é a memória que atualiza, sempre que precisamos, os comportamentos aprendidos adaptados á situação.
Processos da memória
Cabe ao cérebro selecionar o que é relevante para assegurar a própria sobrevivência do individuo e da espécie. Se registássemos e recordássemos todos os estímulos, seríamos incapazes de responder adequadamente ao que efetivamente é importante.
O que o cérebro determina como importante, ou não, ocorre no processo percetivo propriamente dito e no processamento da informação:
- Codificação
- Armazenamento
- Recuperação
Analisemos mais detalhadamente cada um destes estádios na formação e recuperação da memória:
- Codificação: é a 1ª operação da memória que prepara as informações sensoriais para serem armazenadas no cérebro. Consiste na tradução de dados num código que pode ser acústico, visual ou semântico.
A codificação reporta-se também á apredizagem deliberada, isto é, a aprendizagem de algo que exige esforço e que temos como objetivo declarado memorizar. Nesta caso, atenção que dedicamos ás informações a memorizar implica uma codificação mais profunda.
- Armazenamento: cada um dos elementos que constituem a memória está registado em várias áreas cerebrais, registado em diferentes códigos, contribuindo cada um deles para formar uma recordação.
Quando uma experiencia é codificada e armazenada, ocorrem modificações no cérebro de que resultam traços mnésicos designados por engramas. Cada informação produz modificações nas redes neuronais que, mantendo-se, permitem que se recorde o que se memorizou, sempre que necessário. Para que uma informação se mantenha de modo permanente e estável é necessário tempo. O processo de fixação é complexo, estando o material armazenado sujeito a modificações continuas.
Recuperação: nesta etapa, recupera-se a informação, lembramo-nos, recordamo-nos, evocamos uma informação.
Existem dois tipos de recordações: aquelas que nos vêm automáticamente á memória (Quantos anos tens?) e aquelas que requerem algum esforço (Quais os processos de mundialização?).
Nos casos de maior esforço tentamos associar a pergunta a alguma coisa para que a recordação seja mais fácil, ocorrendo o processo de reconhecimento, de seguida, após associarmos as coisas, iremos tentar lembrar exatamente daquilo que estas significam, o que se chama de invocação.