Relação entre complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico
Ao longo dos anos, a mudança está presenta na espécie humana. A história evolutiva da nossa espécie tem o nome de filogénese. Através da mesma, podemos observar desenvolvimentos como o do cérebro, que nos fez adquirir vantagens únicas. Temos também como exemplo de história evolutiva a nossa própria história pessoal (ontogénese), que retrata o nosso desenvolvimento desde o nascimento até à morte.
Ao contrário dos animais, que nascem com um programa genético fechado, isto é, preveem seus procesos evolutivos, comportamentos e características de forma determinada; o ser humano nasce precocemente com um programa genético aberto, o qual não apresenta independência e necessita de ajuda adulta. Isto constitui uma vantagem: possibilita uma maior capacidade humana para aprender e se desenvolver no meio.
A neotenia designa, nos animais, á propriedade de retenção na idade adulta de características típicas da sua forma jovem. Na neotenia os animais têm seu sistema reprodutor maturado e se reproduzem normalmente, contudo seu aspeto é de um indivíduo jovem. A neotenia tambem é encontrada no homem e esta ligado à falta de acabamento ontogenético, o que implica que a
infância humana seja tão longa se comparada com outros mamíferos, pois o processo de desenvolvimento continua após o nascimento.
O programa genético aberto, a prematuridade do ser humano e a consequente necessidade de
continuar a desenvolver-se após o nascimento constituem uma vantagem, porque possibilitam o desenvolvimento de muitas capacidades e competências no contexto das interacções sociais.
Podemos concluir que estes conceitos influenciam a complexidade do ser humano, ao qual o inacabamento biológico permite uma programação mais flexível, possibilitando uma maior capacidade para aprender e interagir com o meio.