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Portefólio de Psicologia

Portefólio de Psicologia

A aprendizagem

22.04.22

A aprendizagem é a alteração relativamente estável do comportamento ou do conhecimento, devida à experiência, ao treino ou ao estudo.

 

Os elementos caracterizadores da aprendizagem são:

  • A alteração comportamental, pois só se pode falar de aprendizagem se o individuo adquiriu uma conduta que não possuía ou alterou uma já existente;
  • As modificações apresentadas têm de apresentar caráter duradouro;
  • A aprendizagem implica exercício, pois ninguém aprende sem experiência, prática, treino ou estudo.

 

 Existem dois tipos de aprendizagem associativa: o condicionamento clássico e o condicionamento operante.

 

O condicionamento clássico foi investigado pelo russo Ivan Pavlov que, organizou um estudo bastante interessante acerca dos reflexos digestivos do cão. Com ele o investigador descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais.

Pavlov percebeu que ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos palatares, com o tempo a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). Curioso, realizou experimentos em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico.

A ideia básica do condicionamento clássico dita que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou eversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais, assim como acontecera na experiência. 

 

O condicionamento operante foi, por sua vez, investigado pelo norte-americano Rufus Skinner. Este desenvolveu uma experiencia que o vai conduzir à descoberta do modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e se mantêm.

Para controlar as variáveis da experiencia, o investigador criou um dispositivo experimental que tem o seu nome: a “caixa de Skinner”, que apresenta um dispositivo automático que liberta o alimento quando accionado. Inicialmente, o animal explorou o ambiente cheirando e deambulando no interior da gaiola. De seguida, e por acaso, o rato accionou a alavanca e recebeu uma porção de alimento. A partir de várias tentativas bem-sucedidas, o rato passou a premir a alavanca para receber o alimento. Esta experiência mostrou que o rato aprendeu a receber o alimento através do reforço positivo.

Depois disto, Skinner organizou outra experiência na qual colocou um rato numa caixa cujo chão produzia choques eléctricos que eram eliminados se uma alavanca fosse accionada. Então, o rato aprendeu que, para evitar a dor, deveria premir a alavanca.

Como foi visto nestas experiências, o condicionamento operante envolve o uso de recompensas e punições para mudar o comportamento de uma pessoa atravez de um reforço.
 
Existem dois tipos de reforço: o reforço positivo e o reforço negativo.
 
Os reforços positivos são as consequências agradáveis, como um elogio, um sorriso, comida, atenção, um abraço. De todas as vezes que ocorre um deles, o objeto de estudo tentará repetir aquilo que produziu a coisa agradável.
 
reforço negativo, por outro lado, é um acontecimento desagradável que, quando removido, tende a fortalecer o comportamento que possibilitou a sua remoção. Sendo este conceito um pouco confuso, irei dar um exemplo:
 
Se uma mãe repreende a sua filha quando ela faz desenhos nas paredes, provavelmente ela vais deixar de as riscar e, consequentemente, a mãe deixará de ralhar com ela. A filha não quer que a mãe lhe ralhe. Assim, parar de desenhar é fortalecido pela ausência de sermão.
 
Muitas pessoas supõe que a punição e o reforço negativo são a mesma coisa, mas os termos são usados em contextos diferentes pelos psicólogos. Enquanto o reforço negativo fortalece o comportamento pela sua remoção, uma punição visa enfraquecer algum comportamento através da sua aplicação. Se um pai bate num filho, depois de ele ter entornado um copo de leite, ou se suspende a mesada da filha por ela ter chegado a casa fora de horas, está a aplicar uma punição na esperança de que as crianças não repitam os comportamentos indesejáveis.
 

 

Aprendizagem por observação e imitação

A aprendizagem por observação e imitação foi estudada por Albert Bandura. Este senhor ofereceu numa das suas experiências um boneco a uma criança, que não demonstrou nenhuma atitude violenta. Contudo, depois da criança assistir a um adulto a bater ao boneco imitou este comportamento.

Bandura confirmou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos.

Ainda assim, notou que algumas crianças não reproduziam o comportamento que observavam. Concluiu que não basta apenas observar e reter um comportamento para o imitar e que a fase de execução implica factores internos do próprio sujeito.

Pessoalmente não obtive muito interesse nesta matéria, tendo preferido antes a matéria anterior (relacionada com a memória e o esquecimento.

Tipos de Memória

08.04.22

Nossa memória tem níveis diferentes de conservação temporal dos dados adquiridos. Alguns deles dissipam-se com a passagem dos anos, outros são mais difíceis de detetar, enquanto determinadas informações ficam meio apagadas e são arduamente reconstituídas. 

Atualmente os psicólogos afirmam que a memória está essencialmente dividida em dois tipos; estes conforme a sua extensão no tempo, as atividades do cérebro envolvidas no processo, o grau de conservação e os mecanismos neurológicos inclusos nesta operação. Dentro destes tipos de memória, existem também algumas componentes, as quais também serão abordadas.

 

Memória a curto prazo

 

Memória que, como o nome sugere, retém a informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória a longo prazo. Na memória a curto prazo distinguem-se duas componentes: a memória imediata e a memória de trabalho.

Memória Imediata: o material fica retido durante uma fração de tempo (cerca de 30 segundos), para posteriormente ser esquecido.

Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela é útil. A memória de trabalho reporta as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada, por exemplo, quando a professora pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, mantemos na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de termos cumprido o pedido, ou seja, depois de chegar uma hora mais cedo. Conclui-se que se chama memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa (um tipo de memória que trabalha).

 

Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.

 

Memória a longo prazo

 

Este tipo de memória é nutrida pelos materiais da memória a longo prazo que são codificados em simbolos. A memória a longo prazo retém os materiais durante horas, meses ou toda a vida.

Na memória a longo prazo há diferentes modalidades de armazenamento da informação para diferentes registos: visual, auditivo, tátil e ainda da linguagem do movimento, e visto que as memórias com origens diferentes são armazenadas em áreas diferentes do cérebro, a perda de uma área não tem repercursões nas outras.

Distinguem-se, geralmente, dois tipos de memória a longo prazo que dependem de estruturas cerebrais diferentes: a memória não declarativa e a memória declarativa.

  

Memória não declarativa: memória automática, que mantém as informações subjacentes á questão “Como?” (Como andar de bicicleta? Como lavas os dentes? Como apertar as sapatilhas? Como conduzir um carro?). Basicamente permite a execução dos comportamentos motores ao longo do dia.

 Para executarmos estas atividades não é requerida a localização no tempo, nem reconhecimento, a não ser que nos perguntem, por exemplo, para explicarmos por palavras como se atam as sapatilhas. A maior parte destes comportamentos envolvem a atividade motora. A memória não declarativa é também designada por memória implícita ou de registo.

 

Memória declarativa: implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que conhecemos/ aconteceram no passado. É devido a este tipo de memória que conseguimos nomear os países da união europeia, recordarmo-nos do nosso aniversário e até mesmo descrever todos os tipos de memória estudados em psicologia. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa).  Distinguem-se, neste tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica.

Memória episódica- quando esta envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos, pessoas famosas, músicas, factos e experiências pessoais), ou seja, relacionados com o tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando nos lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou do primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda.

Memória semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo: fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, factos históricos, etc... Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que se usa a memória semântica, contudo, se associarmos este raciocínio a quem me ensinou a fazer contas lembro-me da minha professora da primária. Este dado leva-me a usar a memória episódica.

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A memória semântica é a co-participação do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais.

A Memória

08.04.22

Memória é o nome dado ao conjunto de processos e estruturas que codificam, armazenam e recuperam informações sensoriais, experiências. Desta forma, a memória é a capacidade do cerebro armazenar, reter e recordar a informação.

É a nossa memória que retém conhecimentos, informações, ideias, acontecimentos, encontros, o que nos torna unicos e constitui o nosso património e identidade pessoal. Para além disso, é a memória que nos permite, sempre que precisamos, atualizar a informação necessária para dar resposta ao desafios do meio. Aprendemos então a lidar com o meio e é a memória que atualiza, sempre que precisamos, os comportamentos aprendidos adaptados á situação.

Processos da memória

Cabe ao cérebro selecionar o que é relevante para assegurar a própria sobrevivência do individuo e da espécie. Se registássemos e recordássemos todos os estímulos, seríamos incapazes de responder adequadamente ao que efetivamente é importante.

O que o cérebro determina como importante, ou não, ocorre no processo percetivo propriamente dito e no processamento da informação:

  1. Codificação
  2. Armazenamento
  3. Recuperação

Analisemos mais detalhadamente cada um destes estádios na formação e recuperação da memória:

  • Codificação: é a 1ª operação da memória que prepara as informações sensoriais para serem armazenadas no cérebro. Consiste na tradução de dados num código que pode ser acústico, visual ou semântico.

A codificação reporta-se também á apredizagem deliberada, isto é, a aprendizagem de algo que exige esforço e que temos como objetivo declarado memorizar. Nesta caso, atenção que dedicamos ás informações a memorizar implica uma codificação mais profunda.

  • Armazenamento: cada um dos elementos que constituem a memória está registado em várias áreas cerebrais, registado em diferentes códigos, contribuindo cada um deles para formar uma recordação.
    Quando uma experiencia é codificada e armazenada, ocorrem modificações no cérebro de que resultam traços mnésicos designados por engramas. Cada informação produz modificações nas redes neuronais que, mantendo-se, permitem que se recorde o que se memorizou, sempre que necessário. Para que uma informação se mantenha de modo permanente e estável é necessário tempo. O processo de fixação é complexo, estando o material armazenado sujeito a modificações continuas.

Recuperação: nesta etapa, recupera-se a informação, lembramo-nos, recordamo-nos, evocamos uma informação.

Existem dois tipos de recordações: aquelas que nos vêm automáticamente á memória (Quantos anos tens?) e aquelas que requerem algum esforço (Quais os processos de mundialização?).

Nos casos de maior esforço tentamos associar a pergunta a alguma coisa para que a recordação seja mais fácil, ocorrendo o processo de reconhecimento, de seguida, após associarmos as coisas, iremos tentar lembrar exatamente daquilo que estas significam, o que se chama de invocação.

5 maneiras cientificamente comprovadas de melhorar a memória - Revista  Galileu | Life Hacks